Este livro, como uma navalha, recorta e ataca seu objeto: a realidade. Não qualquer realidade, mas a nossa, a realidade capitalista. 
 
Consumindo tudo, sem deixar nada de fora, a realidade do capital torna-se absoluta e se desenvolve pelas demandas de seu interior, demonstrando-se em seu bolor e desvelando seu funcionamento. 
 
A globalização neoliberal é fundamento e força motriz da própria realidade. Avançadas tecnologias e definições ainda capturadas pela luz do real rompem o discurso e demonstram a democracia enquanto articulação do estado de guerra e do fascismo dito "pós-moderno". Em seu desdobramento, em seu afastamento da tautologia, portanto, a realidade nos mostra suas fraquezas e seus membros carcomidos. 
 
"Breve tratado para atacar a realidade", de Santiago López Petit, é um pacto com a noite - a política noturna na qual a realidade é indigesta; política que perfura a realidade, trespassando-a, com o mistério de algo escuro, macerado onde a luz não alcança, abrindo a possibilidade de uma nova política, uma política da noite.

SUMÁRIO:
PALAVRAS PRÉVIAS
NOTA PARA O LEITOR
I. Nossa Verdade
II. A época global como identidade entre capitalismo e realidade
III. O co-pertencimento entre capital e poder
IV. As duas caras da realidade:o espaço-tempo global e a multi-realidade
V. A mobilização global como fundamento
VI. A necessidade de uma mudança de paradigma
VII. A democracia: uma articulação de Estado-guerra e fascismo pós-moderno
IX. A nova questão social: o mal-estar
X. A força do anonimato
XI. Por uma política noturna