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marx e o especismo estranhado - parte III

Atualizado: 29 de jun. de 2021


Superstudio, Gli Atti Fondamentali, Vita (Supersuperficie), Viaggio da A a B, 1971

Último Crime: A intenção dessa coluna - que se pretende semanal - é trazer material crítico, preferencialmente inédito em nossa língua, para contribuir com as discussões que permeiam seres humanos e não humanos e sua luta pelo fim da exploração do trabalho, sua busca por autonomia e a superação do modo de produção em que [sobre]vivemos. Os textos que pretendemos publicar neste espaço examinam as diferentes relações estabelecidas, na história e no momento atual, entre os seres (animais) humanos e os seres (animais) não-humanos, dentro da perspectiva dialética, materialista histórica e anticapitalista.

 
“a ‘essência’ do peixe é seu ‘ser,’ água (...) a ‘essência’ do peixe de água doce é a água de um rio; mas esta deixa de ser a ‘essência’ dos peixes e não é mais um meio adequado de existência assim que o rio é feito para servir à indústria, poluído por corantes, produtos residuais e navegado por barcos a vapor. Além do mais, a água pode ser desviada para canais onde a simples drenagem é capaz de privar os peixes de seu meio de existência”
 

[...]

Crítica ao animal-máquina cartesiano

Buscando ampla base filosófica para o que vê como uma visão dualista de Marx acerca dos humanos e animais, Benton sugere, repetidamente, que a suposta abordagem marxiana especista está presa à "filosofia dualista paradigmática de Descartes" [28]. Em seu Discurso sobre o Método de 1637, Descartes associou seres humanos à mente, enquanto animais eram relegados ao status de máquinas ou autômatos naturais - uma visão que teria enorme impacto no desenvolvimento do pensamento iluminista [29]. No entanto, na descrição de Benton a respeito do suposto dualismo cartesiano de Marx, falta qualquer reconhecimento da crítica do século XVIII e início do XIX feita à noção cartesiana de animal-máquina dentro da filosofia e psicologia alemã - da qual Marx era herdeiro. Pensadores românticos, idealistas e, também, materialistas alemães desafiaram a hipótese cartesiana do animal-máquina e, no processo, geraram uma nova compreensão revolucionária da psicologia animal [e humana] [30]. Marx toma por base a longa tradição anti-cartesiana contida na filosofia alemã de sua época ao realizar suas críticas ao conceito de animal-máquina.

A figura central na revolta filosófica alemã contra a noção cartesiana de máquina-animal foi o filósofo deísta (e virulentamente anti Epicuro) Reimarus [N.d.T. deísmo é uma doutrina/religião não organizada racional/natural, que rejeita qualquer espécie de dogma e não tem fundamento na revelação histórica como as religiões positivas, tais quais o Islamismo e o Cristianismo, mas sim na manifestação natural de Deus à razão humana], cujas descobertas em psicologia animal (e etologia) em meados do século XVIII influenciaram pensadores como Immanuel Kant, Johann Gottfried Herder, Johann Gottlieb Fichte, Hegel e Feuerbach [31].

Reimarus, ao mesmo tempo em que rejeitava duramente a redução cartesiana de animais ao status de máquinas; objetava, também, a noção do filósofo e psicólogo francês Étienne Bonnot de Condillac de que os animais não humanos eram detentores de uma consciência e uma capacidade de aprender com o meio ambiente essencialmente idêntica à dos seres humanos.

Em resposta a tais concepções, Reimarus em seus Drives of Animals (1760) introduziu o conceito de Trieb ou agência - traduzido até o século XX como impulso ou instinto [N.d.T. aqui os autores se referem às traduções do termo Tribe para a língua inglesa como impulse e instinct e não para a língua portuguesa]. Um conceito que gradualmente surgiria como categoria básica explicativa em psicologia, Reimarus argumenta existir impulsos inatos em animais [incluindo seres humanos] que interagem com as sensações [32]. Agência [Trieb] para Reimarus representava assim a capacidade do animal de perseguir um fim benéfico "sem qualquer reflexão individual, experiência e prática, sem qualquer treinamento, exemplo ou modelo, com uma arte pronta desde o nascimento que fosse magistral em atingir seu fim" [33].

Reimarus desenvolveu uma taxonomia de dez classes e cinquenta e sete subclasses de atividades agenciais, das quais as mais importantes eram as atividades que envolviam habilidades características da espécie [Kunsttriebe] [N.d.T. - O substantivo Kunsttriebe, em alemão, significa, literalmente e salvo engano: "habilidades/instintos artísticos"] - mais especificamente, o artifício que aparece como capacidade inata governada por regras específicas para ações típicas. Reimarus costumava descrever a surpreendente proficiência produtiva de abelhas, aranhas e outros animais. Sua noção de habilidades era a de uma condução inata que também é agencial, ou seja, uma "condução eletiva", que incorporava elemento de escolha [34]. Esta análise influenciou enormemente Marx, que ficou fascinado com a noção de habilidades agenciais de Reimarus [35].

Para Reimarus, os animais não humanos não eram capazes de elaborar concepções abstratas, genéricas [relacionadas ao gênero] das coisas e, portanto, não eram capazes de níveis mais elevados de raciocínio tais como relação conceitual [metacognição] [N.d.T. também conhecida como teoria da mente, o conceito de metacognição refere-se à todos os processos cognitivos, inclusive o de pensar o próprio pensamento], inferência, reflexão e linguagem [36]. No entanto, animais, até certo ponto, possuem consciência e imaginação respondendo aos estímulos dos sentidos, que interagem com seus impulsos básicos. Em sua filosofia da história, Kant argumentou, diante desta base, que a espécie humana se define por sua liberdade em transcender impulsos inatos e desenvolver fins conscientes baseados na percepção geral das necessidades humanas psicológicas e éticas [37]. Herder acrescentou que os conceitos mais amplos e genéricos que caracterizavam a consciência humana, em comparação com animais não humanos, eram produto de um conjunto muito abrangente e universal de experiências refletindo interações humanas relativamente indeterminadas com o meio ambiente, permitindo que estes seres pudessem superar alguns de seus impulsos mais fortes [38].

Em An Advanced Guide to Psychological Thinking, Robert Ausch indica que, após a publicação de Drives of Animals de Reimarus, o conceito de agência [Trieb] foi incorporado à análise da psicologia animal e “os estudantes do comportamento animal foram forçados a trabalhar dentro da estrutura de Reimarus” [39]. Animais de vários tipos demonstravam impulsos complexos e inatos - que não foram ensinados -, uniformes e muito inteligentes para serem reduzidos a termos mecânicos cartesianos. Se a espécie humana era distinta, na teoria de Reimarus, isso se devia à sua capacidade de trabalhar com conceitos genéricos, enquanto a tese cartesiana de relegar animais à condição de máquinas era considerada filosófica e psicologicamente falha.

A tentativa marxiana de desenvolver uma ontologia social do trabalho surgiu desta base - contando com a mais avançada psicologia animal [e humana] da época. Marx ficou muito impressionado com a concepção de Reimarus de habilidades agenciais dos animais, evocando-a ao longo de seu trabalho; por exemplo, ao comparar a produção de ninhos e moradias por parte da "abelha, o castor, a formiga, etc" à produção mais consciente exercida pelo trabalho humano. “Uma aranha”, escreve Marx em O Capital, de acordo com a noção de Reimarus de habilidades agenciais, “conduz operações que se assemelham às do tecelão, e uma abelha envergonharia muitos arquitetos com a construção de suas células em favo de mel. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor das abelhas é que o arquiteto constrói a célula em sua mente antes de construí-la em cera” [40].

Tal qual outros animais, afirma Marx nos Manuscritos Econômicos Filosóficos, o ser humano, “equipado com características naturais, com capacidades vitais, é um ser natural ativo. Tais capacidades existem no humano como disposições e habilidades, tal qual a agência [Triebe]. Por outro lado, como ser natural, corpóreo, sensível, objetivo, o ser humano é um ser sofredor, condicionado e limitado, como os demais animais e as plantas. Quer dizer, os objetos de sua agência existem fora dele como objetos independentes; mas são objetos de sua necessidade, objetos essenciais, indispensáveis ao exercício e confirmação de suas capacidades essenciais. Dizer que o homem é um ser corpóreo, vivo, real, sensual, objetivo, com habilidades naturais, significa dizer que o ser humano possui objetos reais e sensoriais como o objeto de seu ser.” [41]

Destaca-se o forte materialismo e naturalismo da análise marxiana, que une seres humanos com animais não humanos por meio do conceito de agência relacionado a várias características e faculdades [42]. Se a espécie humana tem agência, necessidades e capacidades sociais mais desenvolvidas em comparação com outros animais - o que vemos refletido na produção humana, no trabalho social -, estas características surgem em decorrência de uma organização corpórea que une a humanidade com o resto da vida. Mesmo que as espécies animais não humanas não tenham as mesmas capacidades sociais autoconscientes características do ser humano [como homo faber] continuam sendo seres objetivos, sensíveis, com suas diferentes formas de vida em cada espécie [species life], refletindo sua própria organização corpórea, agência, suas necessidades e capacidades.

Benton e outros criticaram fortemente o conceito de ser genérico [ser da espécie/species being] de Marx, pensado a partir de Hegel e Feuerbach, por colocar a humanidade, supostamente, acima dos animais não humanos, o que exibiria um posicionamento especista. Aqui também, no entanto, abundam más interpretações da obra marxiana. O ser genérico [Gattungswesen], às vezes traduzido como ser da espécie, representava, na análise de Marx, uma forma distinta de agência e capacidade da espécie humana, ligada à consciência genérica [objetivação] e ao caráter "universal" da produção humana, capaz de elevar qualitativamente a consciência ou autoconsciência [43].

Feuerbach, tomando por base o pensamento de Reimarus, Kant, Herder e Fichte, argumentava que era a autoconsciência dos seres humanos que lhes permitiam ver-se como parte de um ser genérico [ser da espécie], ou seja, como seres sociais, o que constituiria "diferença essencial" entre humanos e outros animais. "Estritamente falando", escreve, "a consciência existe somente quando o modo de ser, a espécie, é um objeto de pensamento do próprio ser". Embora o animal experimente a si mesmo como um indivíduo - isto significa dizer que o indivíduo tem um sentimento sobre si -, ele não o faz enquanto espécie. A vida interior do homem é constituída pelo fato de que o ser humano tem relações com sua espécie [genericamente] e com seu modo de reprodução de vida." [44]

Marx incorporou alguns aspectos da concepção feuerbachiana de ser da espécie [ser genérico], particularmente a noção de que a consciência humana era, em distinção a de outras espécies, uma consciência genérica ou consciência de espécie, qualitativamente desenvolvida. Para além disso, o pensamento marxiano uniu esta concepção ao postulado da agência animal, subjacente à psicologia não humana e humana, e à noção de seres humanos como trabalhadores [homo faber] [46]. Na concepção materialista de Marx, os seres humanos transformam ativa e conscientemente a relação que mantêm com a natureza e, portanto, com suas próprias necessidades e potenciais, por meio da produção. Assim, se em sua teoria do estranhamento, Marx viu esta capacidade de desenvolvimento autoconsciente como característica de animais humanos e não humanos. Tal distinção não fora concebida como uma distinção insidiosa, destinada a justificar o domínio humano, mas meramente um reconhecimento das necessidades, habilidades e capacidades humanas de autodesenvolvimento ativo na história, que se exerce mediante o processo de trabalho e de produção.

Benton, Llorente e Sanbonmatsu censuram Marx dizendo que para o filósofo alemão, os seres humanos, enquanto indivíduos exercentes de um trabalho estranhado, estão reduzidos às disposições que têm em comum com os animais não humanos - tais como comer, beber, procriar e, no máximo, construir e decorar suas casas e vestir-se - enquanto se estranham de sua própria espécie [humana] como produtores e trabalhadores criativos [47]. Marx deve então, supostamente, defender uma ontologia especista. Entretanto, a clássica análise histórico-materialista de Marx não nega que os seres humanos compartilham um grau de parentesco próximo aos outros animais: biológica e psicologicamente falando, incluindo numerosas motivações comuns.

Ao contrário, Marx sugere que a espécie humana é distinta das outas em sua capacidade de produzir universalmente, de forma autoconsciente e, portanto, menos limitada unilateralmente por motivações específicas do que outros animais. A humanidade é, portanto, capaz de transformar a natureza de um número - aparentemente - infinito de formas, criando constantemente novas necessidades, capacidades e habilidades [48].

Este caráter humano de ser da espécie [ser genérico] autoconsciente gera, também, a capacidade de autoestranhamento mediante o desenvolvimento histórico da divisão do trabalho, da propriedade privada, da separação da sociedade em classes, da produção de mercadorias, etc. O estranhamento é visto por Marx como um problema exclusivamente humano, auto-imposto, que não deve ser confundido com o sofrimento animal (do qual seres humanos participam), tendo em vista que este não é produto do estranhamento de si. Este estranhamento de si dos seres humanos, produzido historicamente, é também um distanciamento da natureza e de outros seres naturais, resultando em um especismo estranhado produzido pela sociedade capitalista, tal qual o conceito de animal-máquina cartesiano havia sido produzido anteriormente [49].

Marx era consciente em relação às condições ecológicas dos animais na sociedade, bem como em relação à destruição e poluição que o capitalismo provocava. Por este motivo, em Ideologia Alemã, Marx e Engels comentam que "a 'essência' do peixe é seu 'ser,' água (...) a 'essência' do peixe de água doce é a água de um rio; mas esta deixa de ser a 'essência' dos peixes e não é mais um meio adequado de existência assim que o rio é feito para servir à indústria, poluído por corantes, produtos residuais e navegado por barcos a vapor. Além do mais, a água pode ser desviada para canais onde a simples drenagem é capaz de privar os peixes de seu meio de existência" [50].

O pensamento marxiano era fortemente crítico à metafísica cartesiana, por sua remoção da mente/alma do reino do animal e pela redução desta última a meros movimentos mecânicos [51]. Nas palavras de Marx: "Descartes, ao definir os animais como máquinas, observava com os olhos do período de fabricação. Já a visão medieval, era de que os animais eram assistentes do homem" [52].

 

Notas: [28] Benton, “Humanism = Speciesism,” 8, 12; Natural Relations, 33, 37. [29] René Descartes, Discourse on Method (Chicago: Open Court, 1899), 59–63. [30] Alice Kuzniar, “A Higher Language: Novalis on Communion with Animals,” German Quarterly 76, no. 4 (2003):426–42; Robert Ausch, An Advanced Guide to Psychological Thinking (Lanham, Maryland: Lexington Books, 2015), 90. [31] Julian Jaynes and William Woodward, “In the Shadow of Enlightenment, II: Reimarus and his Theory of Drives,” Journal of the History of Behavioral Sciences 10, no. 2 (1974): 144–59; John H. Zammito, The Gestation of German Biology (Chicago: University of Chicago Press, 2018), 134–49, “Herder Between Reimarus and Tetens: The Problem of an Animal-Human Boundary,” in Herder: Philosophy and Anthropology, eds. Anik Waldow and Nigel DeSouza (Oxford: Oxford University Press, 2017), 127–46; Günter Zöller, Fichte’s Transcendental Philosophy (Cambridge: Cambridge University Press, 1998), 63; James Muldoon, Hegel’s Philosophy of Drives (Aurora, California: Noesis Press, 2014); G. W. F. Hegel, The Philosophy of Nature (Oxford: Oxford University Press, 2004), 406–9. [32] Dorothea E. von Mücke, The Practices of the Enlightenment (New York: Columbia University Press, 2015), 33–38; Zammito, The Gestation of German Biology, 138–39; Kurt Danziger, “The Unknown Wundt: Drive, Apperception, and Volition,” in Wilhelm Wundt in History, eds. Robert W. Rieber and David K. Robinson (New York: Kluwer Academic/Plenum Publishers, 2001), 101–2; Muldoon, Hegel’s Philosophy of Drives, 107–11. [33] Reimarus quoted in Zammito, The Gestation of German Biology, 139. [34] Zammito, The Gestation of German Biology, 139–40. [35] Marx and Engels, Collected Works, vol. 1, 19. [36] Zammito, The Gestation of German Biology, 141–42; Mücke, The Practices of the Enlightenment, 35. [37] Immanuel Kant, On History (New York: Bobbs-Merrill), 55–56; Mücke, The Practices of the Enlightenment, 36–38. [38] Johann Gottfried von Herder, Philosophical Writings (Cambridge: Cambridge University Press, 2002), 56, 78–80; Zammito, “Herder Between Reimarus and Tetens.” [39] Ausch, An Advanced Guide to Psychological Thinking, 91. [40] Karl Marx, Capital, vol. 1 (London: Penguin, 1976), 284. Além de Reimarus, Marx pode ter sido influenciado na escrita desta passagem pela seção de Darwin sobre o "Instinto de fabricação de células da abelha" em Origem das Espécies, trabalho que ele havia estudado de perto. Ver Charles Darwin, On the Origin of Species (Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1964; fac-símile da primeira edição), 224-35. [41] Marx, Early Writings, 389-90; Christopher Dowrick, “The Roots of Consciousness,” History of Political Thought 5, no. 3 (Winter 1984): 472, 476. [42] Veja Arend Th. Van Leeuwen, Critique of Earth (Nova York: Charles Scribner’s Sons, 1974), 53-54; Giorgio Agamben, The Man without Content (Stanford: Stanford University Press, 1999), 84. Erich Fromm argumentou que toda a análise crítica de Marx se baseou em uma perspectiva em que “o reino dos impulsos humanos é uma força natural, que como outras forças naturais (fertilidade do solo, irrigação natural, etc.), é uma parte imediata da subestrutura do processo social. O conhecimento desta força, então, é necessário para uma compreensão completa do processo social.” Erich Fromm, The Crisis of Psychoanalysis (Greenwich, Connecticut: Fawcett, 1970), 65-66, 157. [43] Gattungswesen é traduzido de várias maneiras como "essência genérica", "ser da espécie" e "ser genérico". Ao desenvolver seu conceito de espécie (ou genérico) de ser (Gattungswesen), Marx estava recorrendo não apenas a Feuerbach, mas à noção anterior de Hegel da "essência genérica" (Gattungswesen) da humanidade, associada à consciência universal promovida pelo estado. Na própria análise de Marx, esta "essência genérica universal" constituiu a consciência de ordem superior ou autoconsciência que distingue o ser humano. Como atores autoconscientes, os seres humanos transformaram a natureza e o mundo por meio de seu trabalho e, portanto, de suas próprias relações sociais e de si mesmos. Veja G. W. F. Hegel, The Philosophy of Right (Oxford: Oxford University Press, 1952), 200-201, 372; Karl Marx, Early Writings, 192, 328-29; Charles Taylor, Hegel (Cambridge: Cambridge University Press, 1975), 549, Hegel and Modern Society (Cambridge: Cambridge University Press, 1979), 143; George Márkus, Marxism and Anthropology (Assen, Holanda: Van Gorcum, 1978), 3-15; Paul Heyer, Nature, Human Nature, and Society (Westport, Connecticut: Greenwood Press, 1982), 13, 73-96; István Mészáros, Teoria da Alienação de Marx (Londres: Pluto Press, 1972), 14. [44] Ludwig Feuerbach, The Fiery Brook (New York: Anchor Books, 1972), 97–99; Zöller, Fichte’s Transcendental Philosophy, 63; Marx W. Wartofsky, Feuerbach (Cambridge: Cambridge University Press, 1977), 5–6, 206–8. [45] Márkus, Marxism and Anthropology, 4-5. [46] Shlomo Avineri, The Social and Political Thought of Karl Marx (Cambridge: Cambridge University Press, 1971), 65-95. [47] Marx, Early Writings, 327; Benton, “Humanism = Speciesism,” 5–9; Llorente, “Reflections on the Prospects for a Non-Speciesist Marxism,” 126–27; Sanbonmatsu, introduction to Critical Theory and Animal Liberation, 17–19. [48] Mészáros, Marx’s Theory of Alienation, 173–80; Fromm, The Critique of Psychoanalysis, 68. [49] Macdonald, “Marx and the Human/Animal Dialectic,” 41. [50] Marx e Engels, Collected Works, vol. 5, 58–59. A linha crítica de argumentação baseada na essência do peixe foi introduzida pela primeira vez por Engels em suas notas sobre Feuerbach como preparação para a redação da Ideologia Alemã. Marx e Engels, Collected Works, vol. 5, 13. [51] Marx e Engels, Collected Works, vol. 4, 125–26. Marx preferiu a física de Bacon à de Descartes, vendo a matéria em movimento na conceituação do primeiro, como tomando a forma de uma pulsão (Trieb), em vez de um mero mecanismo como no último. Veja van Leeuwen, Critique of Earth, 15-20; Marx e Engels, Collected Works, vol. 4, 127–30. [52] Marx, Capital, vol. 1, 512. O próprio Descartes havia se referido explicitamente aos autômatos ou peças móveis, visto que eram empregados na indústria humana no período de “manufatura” (artesanato), que ele então aplicou à descrição de animais. Veja Descartes, Discourse on Method, 59-60. Na avaliação capitalista, como Marx observa, os animais são tratados como máquinas - um fato que ele viu como reflexo da contradição entre a natureza e o valor da mercadoria. Ver James D. White, “Nicholas Sieber and Karl Marx,” Research in Political Economy 19 (2000): 6.

 

John Bellamy Foster (1953-) é professor de sociologia da Universidade de Oregon e editor da Monthly Review. Sua pesquisa, de início, centrou-se no estudo de economias políticas marxistas e teorias do desenvolvimento capitalista, com foco em Paul Sweezy e a theory of monopoly de Paul Baran.

Brett Clark é professor de Sociologia e estudos ambientais na Universidade de Utah. Sua pesquisa se concentra na economia política da mudança climática global e na filosofia, história e sociologia da ciência. Além disso, leciona cursos no Departamento de Sociologia, no Programa de Pós-Graduação em Humanidades Ambientais e no Programa de Estudos Ambientais.

 

Tradução de Alex Peguinelli. Para comentários/críticas/sugestões: antiespecismocritico@gmail.com

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