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despatriarcalização: uma resposta categórica do feminismo comunitário

Atualizado: 27 de jul. de 2021


Colagem por Fabiana Gibim


A internacionalização do capitalismo e sua democracia representativa tem sido o reino todo poderoso de empresários e transnacionais que hoje são expressões de um sistema maior. A esse sistema de dominação nós, feministas comunitárias, denominamos Patriarcado. Este artigo apresenta o feminismo comunitário em seus diferentes aspectos em relação a outros feminismos. Em particular, se analisa como as políticas neoliberais provocaram a institucionalização do movimento feminista por meio de ONGs e de redes que representavam e falavam no lugar das mulheres. A partir da insurreição popular de outubro de 2003 em El Alto, a Assembleia Feminista criou na Bolívia um espaço de reflexão para reconceitualizações que se faziam necessárias à luta contra o patriarcado e à descolonização do feminismo. Representantes desta Assembleia que participaram da 13ª Reunião Feminista da América Latina e Caribe sugeriram que a Bolívia fosse o próximo local. Como esta iniciativa foi rejeitada, o Feminismo Comunitário lançou a convocatória para o I Encuentro Feminista de los Pueblos, a realizar-se na Bolívia em 2016. Referência da publicação original: PAREDES, Julieta. Despatriarcalización: Una respuesta categórica del feminismo comunitario (descolonizando la vida). Bolivian Studies Journal /Revista de Estudios Bolivianos. Bolívia, vol. 21, 2015, doi: 10.5195/bsj.2015.144. Traduzido por Annelise Schwarcz

PARTE II/II


 

O neoliberalismo fortificou o patriarcado

A globalização tem permitido ao patriarcado incorporar as mulheres a uma superexploração. Tem transformado a mulher em multimulher sob o disfarce da chamada “equidade de gênero e empoderamento das mulheres” que geriram as políticas impostas pelo Banco Mundial (BM) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aos Estados da América Latina, graças ao financiamento da cooperação internacional para o desenvolvimento e à mediação das ONG’s. Assim instrumentalizado, o Patriarcado globalizou os padrões de gênero a nível planetário, se beneficiando de todas as vantagens que este fenômeno lhe confere – e não estamos falando apenas da imigração de mulheres mal pagas pelos empregos que mulheres e homens no primeiro mundo não querem fazer, mas também o tráfico e contrabando de mulheres, gerido por máfias de traficantes de droga e pela polícia local envolvida com juízes e procuradores. Estamos falando de violência e crimes contra mulheres que vivem para o consumo do showbiz, e de pedofilia e exploração infantil nas mãos do chamado turismo sexual e tráfico de órgãos.

A institucionalização do movimento feminista é o cavalo de Tróia

Grande parte da cooperação em torno do desenvolvimento partia da premissa de que era imprescindível para qualquer projeto a chamada “equidade de gênero”, que se tornou sua estratégia fundamental de controle dos movimentos sociais. Afirmamos que a cooperação internacional ao desenvolvimento propiciou a institucionalização do movimento de mulheres e do movimento feminista. Assim, foi criado um staff de mulheres técnicas a serviço de partidos políticos e proprietárias de ONGs, que se organizavam no que chamam de redes. Estas redes assumiam o papel de representar e falar no lugar das mulheres, sem que as feministas de muitas outras organizações sociais, ativistas e residentes fossem solicitadas ou indicadas. A institucionalização do movimento feminista tem significado o controle do movimento para pôr em funcionamento a governabilidade neoliberal. Por isso podemos deduzir que há na política de “governabilidade” uma chave importante para conter revoluções, insurreições e revoltas. Enquanto estratégia política, a “governabilidade” possui diferentes instrumentos, desde a ditadura fascista às chamadas democracias representativas e participativas. Na Bolívia, “governabilidade” foi a palavra que pretendeu exorcizar a crise econômica, política, existencial, cultural, ideológica de nossos povos. “Governabilidade” era a palavra que afugentava as ditaduras e nos lançava aos braços da democracia representativa. Seus ideólogos mais humanistas (Güell e Lechner) diziam, entre outras coisas, que a governabilidade como desafio é “a construção e articulação dos diversos atores sociais em uma ordem coletiva que seja sustentável socialmente no tempo”. A “governabilidade”, em outras palavras, vem a convencer-nos de que o sistema está bem e que podemos esperar benefícios se tivermos paciência e fazer o que – sutil ou brutalmente – nos ordenam. Se garantia assim a alternância entre vendepatrias [entreguistas] e o veto de participação das organizações e movimentos sociais, seja por meios legais ou ilegais.

O feminismo comunitário

O processo de mudança boliviano é o terreno fértil no qual a iniciativa e a criatividade despatriarcalizadoras têm sido capazes de se desenvolver e tomar forma em termos de propostas de políticas públicas. O feminismo comunitário é um pensamento-ação que além de nascer no seio dessa Bolívia em transição, recupera as lutas ancestrais das nossas mulheres nestes territórios de Abya Yala, para a construção de uma proposta de comunidade como espaço de realização do que sonhamos: o chamado Bem Viver de nossos povos e da natureza, onde nós mulheres somos a metade do todo. A tarefa apenas começou e é preciso tempo para que se possa concretizar e aprofundar. Conceitualmente, o feminismo comunitário nasce descolonizando o feminismo para restituir as memórias das lutas anti-patriarcais e construir o horizonte do “Bem Viver para todos os povos do mundo” e para a natureza que os abriga. A descolonização é construída como um exercício da autonomia da grande memória dos povos originários de Abya Ayla, mas também como um exercício da autonomia de nossos imaginários, corpos, sexualidades, que nos constituem, e a autonomia das estéticas que nos comovem. Para classificar este feminismo temos ressignificado conceitos e categorias, mas principalmente criamos novas categorias que respondam ao momento histórico que vivemos. Contribuímos a partir das nossas próprias culturas que estão vivas; do nosso pensamento revolucionário frente aos sistemas de opressão que se fortaleceram construindo o patriarcado e rompendo o equilíbrio da vida. Os irmãos homens, escravos, servos, proletários, trabalhadores e revolucionários, sentiram as opressões nos seus corpos, mas não quiseram reconhecer as nossas opressões; além disso, tornaram-se cúmplices e executores das nossas opressões através do machismo, da violência, da discriminação e do controle dos nossos corpos de mulheres. Tem chegado o tempo do equilíbrio e da reciprocidade na comunicação, isso é o que pretende o feminismo comunitário, esta é a prática política que se nomeia e se faz argumento. Hoje em dia, a participação política não é suficiente para nós mulheres. Hoje queremos decidir e participar em condições de igualdade na gestão dos destinos do país, superando critérios de paridade e alternância. Estas propostas são divulgadas em oficinas nas comunidades, onde nós mulheres começamos a fortalecer nossas capacidades de decidir e projetar a sociedade que desejamos, traduzindo os nossos sonhos em políticas públicas a que chamamos "despatriarcalização para o Bem Viver". Hoje, na Bolívia, o feminismo comunitário contribui para a criação do modelo conceitual para as políticas públicas do governo do irmão Evo Morales (Paredes 2009). Propusemos um quadro conceitual em movimento que não foi concebido para fortalecer nem o governo nem o Estado (o Estado é um instrumento patriarcal), mas sim para fortalecer, fundamentalmente, as organizações sociais das mulheres, que são uma base importante para o processo de mudança. Deve-se entender, portanto, que o feminismo comunitário não é uma teoria, é uma ação política que se nomeia, é um movimento social que convoca a todas as pessoas a mudar o mundo em que vivemos. Nossa proposta de sociedade se baseia na comunidade, mas não na comunidade que existe hoje, e sim no projeto de construção da comunidade que sonhamos. Temos caminhado por todo o continente Abya Yala, América Latina e Caribe, disseminando esta paixão, estes conceitos e estas ideias desde 2006. Hoje em dia somos um movimento orgânico em todo o continente.

Reconceitualização do feminismo

Desde o livro El tejido de la rebeldia (2014), especificamos algumas das reconceitualizações e propostas que o feminismo comunitário tem gerado. Precisamente dizemos que:

O feminismo, para o feminismo comunitário, é a luta de qualquer mulher, em qualquer tempo histórico, em qualquer parte do mundo, que luta ou se rebela contra um patriarcado que a oprime ou a deseja oprimir. (p. 69)

Quando dizemos "a luta de qualquer mulher [...] em qualquer parte do mundo", apelamos à ação de recuperar o espaço das mulheres como um território de construção do que queremos ser e do que queremos fazer. Essa ação nos faz irmãs de igual para igual, cria comunidade, ainda que não nos conheçamos, com africanas, asiáticas, europeias, norte-americanas e etc. Na Bolívia essa ação nos conduz a sermos nós mesmas, mulheres de Abya Yala, e não ser e existir sob a hegemonia europeia, pois a Europa foi apresentada como o umbigo do mundo, como o modelo de ser e de fazer. Em tudo isto há um desejo de descolonizar as relações entre irmãs. Em nossa reconceitualização do feminismo levamos em consideração que necessitamos sair das linguagens hegemônicas, necessitamos encontrar nossas próprias linguagens que são expressões de como pensamos. De igual para igual, falando na nossa própria língua, o significado por detrás do termo "feminismo" é diferente, é pensado a partir de nós, dos nossos corpos de mulheres dos povos nativos empobrecidos pelo capitalismo. Pensando a partir de nós mesmas, propomos que a matriz do feminismo europeu é o individualismo, a modernidade, a propriedade privada, a democracia, os direitos civis, o maniqueísmo, uma concepção linear do tempo, entre outros. A nossa matriz como feministas comunitárias é a comunidade, o Bem Viver, a compreensão circular do tempo, o amor profundo e o respeito pelas nossas culturas ancestrais, a autonomia de nossos corpos, territórios e conhecimentos, a liberdade e a política como compromisso com as lutas de nossos povos, reafirmando que nós mulheres somos a metade de cada povo que luta contra o sistema patriarcal, que é o sistema de todas as opressões construído sobre o corpo das mulheres. Esta atualização que fazemos do feminismo nos posiciona na recuperação das lutas de nossas ancestrais em nossas próprias lutas, deixando claro que para nós “ser feminista” requer a possibilidade de se auto nomear através de uma linguagem própria, construir o movimento feminista, lutar e tomar posição contra o patriarcado que temos de enfrentar. Não se trata da posição fácil e superficial que adotam algumas irmãs indígenas ou irmãs de outros movimentos sociais que não querem ser apontadas como feministas. Tudo isso esconde machismo, misoginia e lesbofobia. Tampouco se trata de obrigar alguém a ser feminista, mas sim sobre cultivar o respeito, sobre reconhecer as contribuições que estamos fazendo, sobre tomar uma posição crítica face à ignorância do que o feminismo quer e pode fazer frente ao medo, ao preconceito, à desinformação ou à covardia no confronto contra o patriarcado em todas as suas manifestações. Este posicionamento de conceitos e propostas, a partir do feminismo comunitário, e esta forma de nomear nossas práticas políticas a partir de nossos corpos e de nossa história, é o que chamamos de descolonização do feminismo e descolonização de nossas vidas, que finalmente nos permite olharmo-nos no espelho sem temor em nos encontrar; mas bem dignas e orgulhosas em nos reconhecer. Criar categorias que expliquem as causas de nossa situação e o que podemos fazer para modificá-la é o que nomeia o feminismo comunitário que temos criado. Este feminismo está longe de ser assimilado a denominações igualmente colonialistas ou neo-coloniais com as quais a academia tem nos batizado, como “feminismo indígena” ou “feministas indígenas”, o que nada mais é do que inventar uma categoria de subalternidade que feminista alguma dos povos originários de Abya Ayla jamais se designou. O feminismo comunitário é um movimento orgânico, com representantes dos territórios; é um nome próprio que nos demos quando nomeamos a nossa prática política e a nossa proposta para o mundo. Embora partilhemos com os intelectuais da descolonização o entendimento de que a modernidade nasce com a invasão e domínio colonial sobre o território e a natureza, advertimos que nestas reflexões há uma falta de aprofundamento das relações de poder enquanto violência sobre os corpos das mulheres. Sobre essas violências (que não são exclusividade do Ocidente, visto que havia também um patriarcado pré-colonial) se construiu o Patriarcado como sistema de poder que já não afeta somente o corpo das mulheres, mas também o corpo de homens como força de trabalho que estrutura o poder econômico, político, social, racial e cultural. Por isso, para nós, o Patriarcado é o “sistema de todas as opressões” construído historicamente sobre o corpo das mulheres. Por isso também, sustentamos que não se descoloniza partindo de teorias acadêmicas, e sim de ações. Nesse sentido, dizemos que não há teoria decolonial nem pós-colonial que ilumine a descolonização. É por isso que o que tem sido escrito até agora como teoria decolonial e pós-colonial são lucubrações acadêmicas que, em última análise, são neocolonizantes. A descolonização implica ações concretas para a libertação dos povos nativos.

O 13º Encontro Feminista da América Latina e Caribe: a mesquinhez do feminismo euro-ocidental

De 22 a 25 de novembro de 2014, realizou-se em Lima, Peru, o 13º Encontro de Feministas da América Latina e Caribe, com a presença de aproximadamente 1.500 feministas de todo o continente. Recordemos que desde 1981 o feminismo latino-americano e caribenho iniciou um caminho de encontros com uma clara matriz euro-ocidental branca, burguesa, de classe média e intelectual. É provável que, naquele momento, este quadro tenha servido como uma forma das feministas se situarem como mulheres de classes ricas dentro do continente, mas passados trinta anos após esta história consideramos que o feminismo deve servir aos povos e aos seus processos revolucionários. Em Lima, a Assembleia do Feminismo Comunitário da Bolívia participou em dois dos três painéis principais, levantou a necessidade de descolonizar o feminismo e de sair da armadilha do gênero para localizar o Patriarcado como o sistema contra o qual lutamos; tudo isto com o objetivo de compreender que as tarefas deste momento são contribuir para as lutas dos nossos povos. Convocamos as mulheres a atrevermos sonhar um mundo e não só construir agendas com listas e demandas aos governos e Estados. Situamos os nossos corpos de mulheres como um território no qual levantamos a luta antisistêmica, entendendo que nessa luta os privilégios são supérfluos e prejudiciais e que ser indígena, ser negra, ser lésbica, e as múltiplas formas de nossas existências, não constituem um projeto político por si só, a menos que se pense que o mundo está reduzido à existência pessoal. Propomos muitas coisas mais, enriquecidas com as contribuições de todas as nossas irmãs do feminismo comunitário em Abya Yala, que hoje já é um movimento organizado em todo o continente, desde o México até às terras mapuche do sul. O feminismo comunitário de Abya Yala contribuiu e alertou para o entendimento de que o feminismo latino-americano está paralisado e já não tem nada a propor aos processos dos nossos povos. Com base nisto, propusemos que a Bolívia fosse o próximo local para o 14º Encontro Feminista. Foi então que o medo de perder o berço euro-ocidental do feminismo latino-americano foi expresso e foi decidido que o próximo local não seria a Bolívia, mas sim o Uruguai, com argumentos como o de que no Uruguai "a maconha foi descriminalizada". A coordenadora da Mulher Boliviana, o Fundo de Emancipação, a ONG Colectivo Rebeldía de Santa Cruz, entre outras, foram contra a realização do Encontro na Bolívia. Por que as organizações sociais financiadas pelo Comité Coordenador foram cúmplices das “ongueiras”? Até quando as ONG’s continuarão a gerir as organizações sociais com dinheiro da cooperação internacional? Já conhecíamos a mesquinhez do feminismo euro-ocidental latino-americano, por isso lançamos ali mesmo a convocatória para o 1º Encuentro Feminista de los Pueblos [1º Encontro Feminista dos Povos], a realizar-se na Bolívia em 2016, tendo em vista que “outro feminismo é possível”.

Conclusões

O patriarcado neoliberal tem entrado em crise, mas o patriarcado capitalista tem se fortalecido com a globalização, uma vez que as suas taxas de acumulação não só se mantiveram, como aumentaram e concentraram muito mais os seus lucros em poucas mãos. As mulheres serviram a esse propósito, mas hoje em dia nós, feministas comunitárias, consideramos os caminhos abertos para o exercício de tomada de decisões políticas. Para isso precisamos de um tempo histórico próprio, forjado por nós e para nós, porque já são mais de 500 anos de colonização dos nossos povos e 50 anos de uma revolução fracassada, iniciada pelo povo boliviano em 1952. Em nossas reflexões entendemos que o atual "processo de mudança", no que se refere a um governo que possa garantir condições mínimas para construir a comunidade que desejamos, tem apenas nove anos, desde 2006. De fato, só pudemos mesmo contar desde 2010, pois só depois da derrota da ala direita, que tentou dividir o país com a chamada "media luna", é que foi possível construir relativamente com calma [a comunidade que desejamos]. Então, na verdade, para nós, são cinco anos de trabalho sólido, embora compreendamos que em termos democráticos o exercício do governo do Presidente Evo Morales conta desde o momento da sua tomada de posse. Entre as atividades que temos programado está a necessidade de recuperar o fôlego das feministas latino-americanas que começaram – como acreditamos – com uma boa energia, aquela que buscava o compromisso com os nossos povos. Mas hoje o feminismo latino-americano, depois do que vimos no 13º Encontro Feminista realizado em Lima em 2014, está definitivamente a afastar-se dos problemas reais dos nossos povos e está preso às questões de gênero e às reformas legais que não nos permitem visualizar o sistema contra o qual devemos lutar, o sistema a que chamamos Patriarcado. Convocamos, então, todos para discutir estes problemas no I Encuentro Feminista de los Pueblos [1º Encontro Feminista dos Povos], que terá lugar na Bolívia em novembro de 2016.

Bibliografia citada GÜELL, Pedro E. y Norbert Lechner. 2002. “La globalización y los desafíos culturales de la gobernanza”. C. Maggi y D. Messner, eds. Gobernanza global. Una mirada desde América Latina. Caracas: Nueva Sociedad. 79-92. LORDE, Audre. 1984. Las herramientas del amo nunca desmantelarán la casa del amo. Lima: Flora Tristán. PAREDES C., Julieta. 2010. Hilando fino, desde el feminismo comunitario. La Paz: Comunidad Mujeres Creando Comunidad. __________. 2008. Una sociedad en estado y con Estado despatriarcalizador. Viceministerio de Género y Asuntos Generacionales. Plan de Igualdad de Oportunidades. La Paz: Ministerio de Justicia. __________. y Adriana Guzmán. 2014. El tejido de la rebeldía. ¿Qué es el Feminismo Comunitario? Bases para la despatriarcalización. La Paz: Mujeres Creando Comunidad. PAUTASSI, Laura C. 2007. El cuidado como cuestión social desde un enfoque de derechos. Conicet-Unidad Mujer y Desarrollo. Santiago de Chile: CEPAL. Serie Mujer y Desarrollo. 87.


Sobre a autora: Julieta Paredes iniciou sua trajetória política e feminista no início da década de 1990 com o coletivo Mujeres Creando: um coletivo anarquista de mulheres que busca, a partir de intervenções textuais e performances artísticas, denunciar a violência patriarcal em todas as esferas políticas - desde a esfera da vida privada à macroestrutural -, da sociedade na Bolívia. Devido ao rompimento com María Galindo, sua então parceira e co-fundadora do Mujeres Creando, e por conta de divergências políticas internas ao coletivo, Paredes deixa o Mujeres Creando e funda o coletivo Mujeres Creando Comunidad em 2003. É a partir de seu lugar de mulher aymara, ativista feminista, lésbica, escritora e artista que Julieta inscreve sua proposta de feminismo comunitário. Sobre a tradutora: Annelise Schwarcz tem 25 anos e desde sua graduação tem se interessado por estética, estudos decoloniais e epistemologias feministas. Após 1 ano como bolsista PIBID com o projeto "Tecnologias e Epistemologias: Por uma Filosofia Atual" (2017), e 2 anos como bolsista PIBIC com o projeto "Arte da Crítica" (2018.2 a 2020.2), graduou-se em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense - UFF em 2020. Atualmente está cursando o mestrado na mesma instituição, com o projeto intitulado " Tecendo redes, atravessando traumas: novos rumos para um mundo porvir", onde investiga a possibilidade do feminismo decolonial e suas diversas experiências instaurarem um novo mundo, além do povoado pela atual subjetividade patriarcal, neoliberal e colonial.


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